ABSTRACT
Estudou-se a ocorrência de bacteroides produtores de pigmento negro no sulco gengival de diversos roedores, utilizando-se 100 indivíduos adultos de cada espécie, e colhendo-se amostras com cone absorvente, sendo encontrados esses microrganismos em hamsters (16/100); cobaias (13/100); ratos brancos (6/100) e camundongos (5/100). Pela mesma técnica näo foram isolados de coelhos. A pesquisa desses microrganismos na cavidade oral dos mesmos animais, tocando-se com uma zaragatoa estéril a saliva, a língua, a mucosa e as superfícies dentárias, revelou a presença desses microrganismos nos hamsters (11/100); cobaias (7/100), ratos brancos (3/100) e camundongos (2/100); näo sendo isolados da cavidade oral dos coelhos examinados. Utilizando-se outros dez animais de cada espécie, que eram sacrificados, realizou-se estudo quantitativo (pela Técnica de Socransky 1960, modificada em diluiçöes decimais) em diferentes locais do tubo digestivo, encontrando-se a maior proporçäo desses microrganismos no cólon dos coelhos e ratos brancos; na cavidade oral dos hamsters e cobaias, e no ceco dos camundongos. Cultivando-se a raçäo dos roedores, näo se revelou a presença desses microrganismos. Os microrganismos foram isolados e cultivados em agar sangue com menadiona, a 37ºC, em atmosfera de CO2 (10 por cento) e N2 (90 por cento). Os dados obtidos indicam que a metodologia utilizada, assim como o momento e local da colheita podem interferir significativamente no isolamento desses microrganismos, devendo ser considerados na interpretaçäo dos resultados. Os resultados indicam ainda uma diversidade de comportamento desses microrganismos quanto aos sítios em que eletivamente colonizam como flora indígena, nos roedores estudados, podendo refletir diferenças significativas nas características de "habitat" propriamente dito, como também possíveis diferenças fisiológicas dos microrganismos em questäo, que constituem, como se sabe hoje, um grupo bastante heterogêneo